O que é?
O IPv6 (Protocolo de Internet versão 6) é a versão mais atual do Internet Protocol (Protocolo de Internet), mais conhecido como IP, o padrão usado para a comunicação entre todos os computadores ligados à Internet.
Uma característica fundamental do protocolo IP é que ele define para cada computador, servidor, celular, tablet ou outro dispositivo conectado à rede um endereço único, que serve como identificador perante toda a rede.
Por que surgiu?
O IPv6 surgiu da necessidade de ampliar o número de endereços disponíveis. Atualmente o padrão utilizado é o IPv4, que disponibiliza cerca de 4 bilhões de endereços, através de um endereçamento de 32 bits. Este número, apesar de parecer grande, não é mais suficiente para atender a demanda e está praticamente esgotado.
Existem outros fatores que motivaram a implantação do IPv6: a Internet das Coisas (equipamentos com sistemas embutidos, capazes de interagir autonomamente entre si); a Expansão das redes (vários fatores motivam uma expansão cada vez mais acelerada da Internet: a inclusão digital, as redes 3G, etc.); a Qualidade de serviço (o IPv6 tem um suporte melhorado a classes de serviço diferenciadas, em função das exigências e prioridades do serviço em causa); a Mobilidade (o IPv6 suporta a mobilidade dos utilizadores, estes poderão ser contatados em qualquer rede através do seu endereço IPv6 de origem).
Como é seu formato?
No IPv6 o endereço é composto por números hexadecimais (nesse sistema de endereçamento, além de números, entram as letras A, B, C, D, E e F). A capacidade máxima desse tipo de endereçamento é 3,4 x 1038 (o número exato é 2 elevado a 128). Exemplo de endereço 2001:0db8:85a3:0000:0000:8a2e:0370:7334. Ele também pode ser representado da seguinte maneira: 2001:0db8:85a3:0:0:8a2e:0370:7334, já que os grupos cujo todos os dígitos são zeros podem ser representados por apenas um deles. Ainda há uma terceira forma de exibi-lo, de maneira ainda mais simples do que as anteriores: 2001:db8:85a3::8a2e:370:7334 também é válido, pois os grupos de zero podem ser substituídos por uma dupla de dois pontos e os zeros iniciais dos grupos podem ser omitidos sem problema.
Quais são as mudanças mais importantes em relação ao IPv4?
A criação do IPv6 é fruto do esforço do IETF (Internet Engineering Task Force – comunidade internacional preocupada com a evolução da arquitetura da Internet) para criar a "nova geração do IP" (IPng: Internet Protocol next generation), cujas linhas mestras foram descritas por Scott Bradner e Allison Marken, em 1994, na RFC 1752. Sua principal especificação encontra-se na RFC 2460.
Ele difere do IPv4, primeiro no tamanho do espaço de endereçamento. Os endereços IPv6 têm um tamanho de 128 bits e o endereços IPv4 têm tamanho de 32 bits. Outra diferença é a autoconfiguração de endereço: Suporte para atribuição automática de endereços numa rede IPv6, podendo ser omitido o servidor de DHCP a que estamos habituados no IPv4.
O Endereçamento hierárquico simplifica as tabelas de encaminhamento dos roteadores da rede, diminuindo assim a carga de processamento dos mesmos. O Formato do cabeçalho foi totalmente remodelados em relação ao IPv4. Os Cabeçalhos de extensão trazem opção para guardar informação adicional.
Tem suporte a qualidade diferenciada: aplicações de áudio e vídeo passam a estabelecer conexões apropriadas tendo em conta as suas exigências em termos de qualidade de serviço (QoS). Possui capacidade de extensão: permite adicionar novas especificações de forma simples e encriptação: diversas extensões no IPv6 permitem, a princípio, o suporte para opções de segurança como autenticação, integridade e confidencialidade dos dados.
Como está sendo sua adoção?
O IPv6 foi projetado para trabalhar inicialmente em conjunto com o IPv4, bem antes de este se esgotar. A proposta era que dispositivos “bilíngues” em IPv4 e IPv6 tentariam primeiro comunicar-se em IPv6 e, caso não conseguissem, automaticamente mudariam para IPv4. Depois, os dispositivos que usassem IPv4 seriam reprogramados ou substituídos. Ao longo do tempo o IPv4 morreria, pois não seria mais necessário.
Foi lançado oficialmente em 06 de junho de 2012. Hoje, metade dos dispositivos conectados à Internet é bilíngue. Mas, a mudança para a utilização do IPv6 ainda é muito lenta. Menos de 2% dos usuários da Internet utilizam o IPv6. Poucos provedores tem oferecido esta nova tecnologia e os endereços IPv4 estão se esgotando.
Em fevereiro de 2011, a IANA (Autoridade para Atribuição de números na Internet)repassou os últimos grandes blocos (/8) aos RIRs (Registro Regional da Internet). Dos cinco RIRs existentes, o APNIC (que atende a Ásia e Pacífico) esgotou seu estoque em abr/2011, o RIPE NCC (Europa e Oriente Médio) esgotou seu estoque em set/2012, o ARIN (América do Norte e parte do Caribe) deve esgotar em abr/2014, o LACNIC (América Latina e Caribe) projeta esgotar em ago/2014 e o AFRINIC (Africa) prevê esgotar seu estoque em sete anos.
Portanto, a transição não pode mais ocorrer como foi projetada e as soluções que poderão ser adotadas, como o uso da função NAT no núcleo das redes de transportes de dados, causam grandes incertezas, porque não há tempo para testá-las, devido ao fato da atual falta de endereços e a demanda de novos dispositivos e usuários da Internet. Para saber mais acesse o artigo Os Desafios da Transição ao IPv6, de Geoff Huston, cientista chefe do APNIC.
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