Os cabos
de par trançado vêm substituindo os cabos coaxiais desde o início da década de
90. Hoje em dia é muito raro alguém ainda utilizar cabos coaxiais em novas
instalações de rede, o mais comum é apenas reparar ou expandir redes que já
existem.
O nome "par trançado" é muito conveniente, pois
estes cabos são constituídos justamente por 4 pares de cabos entrelaçados. Os
cabos coaxiais usam uma malha de metal que protege o cabo de dados contra
interferências externas; os cabos de par trançado por sua vez, usam um tipo de
proteção mais sutil: o entrelaçamento dos cabos cria um campo eletromagnético
que oferece uma razoável proteção contra interferências externas.
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Cabo de par tranlçado |
Tipos
Existem três tipos de cabos Par trançado:
- Unshielded Twisted Pair – UTP ou Par Trançado sem Blindagem: é o mais usado atualmente tanto em redes domésticas quanto em grandes redes industriais devido ao fácil manuseio, instalação, permitindo taxas de transmissão de até 100 Mbps com a utilização do cabo CAT 5e; é o mais barato para distâncias de até 100 metros; Para distâncias maiores emprega-se cabos de fibra óptica. Sua estrutura é de quatro pares de fios entrelaçados e revestidos por uma capa de PVC. Pela falta de blindagem este tipo de cabo não é recomendado ser instalado próximo a equipamentos que possam gerar campos magnéticos (fios de rede elétrica, motores, inversores de frequência) e também não pode ficar em ambientes com umidade.
- Shielded Twisted Pair – STP ou Par Trançado Blindado (cabo com blindagem): É semelhante ao UTP. A diferença é que possui uma blindagem feita com a malha metálica em cada par. É recomendado para ambientes com interferência eletromagnética acentuada. Por causa de sua blindagem especial em cada par acaba possuindo um custo mais elevado. Caso o ambiente possua umidade, grande interferência eletromagnética, distâncias acima de 100 metros ou exposto diretamente ao sol ainda é aconselhável o uso de cabos de fibra óptica.
- Screened Twisted Pair – ScTP também referenciado como FTP (Foil Twisted Pair), os cabos são cobertos pelo mesmo composto do UTP categoria 5 Plenum, para este tipo de cabo, no entanto, uma película de metal é enrolada sobre o conjunto de pares trançados, melhorando a resposta ao EMI, embora exija maiores cuidados quanto ao aterramento para garantir eficácia frente às interferências.
Categorias
Os cabos UTP foram padronizados pelas normas da EIA/TIA-568-B e são
divididos em 10 categorias, levando em conta o nível de segurança e a bitola do
fio, onde os números maiores indicam fios com diâmetros menores, veja abaixo um
resumo simplificado dos cabos UTP.
Categoria do cabo 1 (CAT1) - não é mais recomendado pela TIA/EIA
Consiste em um cabo blindado com
dois pares trançados compostos por fios 26 AWG. São utilizados
por equipamentos de telecomunicação e rádio. Foi usado nas primeiras redes Token-ring
mas não é aconselhável para uma rede par trançado.
Categoria do cabo 2 (CAT2) - não é mais recomendado pela TIA/EIA
É formado por pares de fios blindados (para voz) e pares de
fios não blindados (para dados). Também foi projetado para antigas redes token
ring E ARCnet
chegando a velocidade de 4 Mbps.
Categoria do cabo 3 (CAT3) - é recomendado pela norma TIA/EIA-568-B
É um cabo não blindado usado para
dados de até 10Mbits com a capacidade de banda de até 16 MHz. Foi muito usado
nas redes Ethernet
criadas nos anos noventa (10BASET). Ele ainda pode ser usado
para VOIP,
rede de telefonia e redes de comunicação 10BASET e 100BASET4.
Categoria do cabo 4(CAT4) - não é mais recomendado pela TIA/EIA
É um cabo par trançado não
blindado (UTP) que pode ser utilizado para transmitir dados a uma frequência de
até 20 MHz e dados a 20 Mbps. Foi usado em redes que podem atuar com taxa de
transmissão de até 20Mbps como token ring, 10BASET e 100BASET4.
Não é mais utilizado pois foi substituído pelos cabos CAT5 e CAT5e.
Categoria do cabo 5 (CAT5) - não é mais recomendado pela TIA/EIA
Usado em redes fast
ethernet em
frequências de
até 100 MHz com uma taxa de 100 Mbps.
Categoria do cabo 5e (CAT5e) - é recomendado pela norma EIA/TIA-568-B
É uma melhoria da categoria 5. Pode
ser usado para frequências até 125 MHz em redes 1000BASE-T gigabit
ethernet. Ela foi criada com a nova revisão da norma EIA/TIA-568-B.
Categoria do cabo 6 (CAT6) - é recomendado pela norma EIA/TIA-568-B
Definido pela norma ANSI EIA/TIA-568-B-2.1
possui bitola 24 AWG e banda passante de até 250 MHz e pode ser usado em redes gigabit
ethernet a velocidade de 1Gbps.
Categoria: CAT 6a
É uma melhoria dos cabos CAT6. O a de
CAT6a significa augmented (ampliado). Os cabos dessa categoria suportam até 500
MHz e podem ter até 55 metros no caso da rede ser de 10Gbps, caso contrario
podem ter até 100 metros. Para que os cabos CAT 6a sofressem menos
interferências os pares de fios são separados uns dos outros, o que aumentou o
seu tamanho e os tornou menos flexíveis. Essa categoria de cabos tem os seus
conectores específicos que ajudam à evitar interferências.
Categoria 7 (CAT7) - Esta norma baseia-se na Classe F que ainda não é reconhecida pela TIA/EIA.
Está sendo criada para permitir a
criação de redes de 40Gbps em cabos de 50m usando fio de cobre (apesar de
atualmente esse tipo de rede esteja sendo usado pela rede CAT6).
Categoria 7a (CAT7a) - Esta norma baseia-se na Classe Fa que ainda não é reconhecida pela TIA/EIA.
Está sendo criada para permitir a
criação de redes de 100Gbps em cabos de 15m usando fio de cobre (apesar de
atualmente esse tipo de rede esteja sendo usado pela rede CAT6).
Cores
As cores dos fios são:
- Laranja e branco
- Laranja
- Verde e branco
- Azul
- Azul e branco
- Verde
- Castanho (ou marrom) e branco
- Castanho (ou marrom)
É importante que a sequência de cores seja respeitada
ao se montar um cabo. Caso contrário, pode haver perda parcial ou total de
pacotes, principalmente em cabos de mais de 3 metros.
A norma EIA/TIA-568-B prevê
duas montagens para os cabos, denominadas
T568A
e T568B.
A montagem T568A
usa a sequência branco e verde, verde, branco e laranja, azul, branco e azul,
laranja, branco e castanho, castanho.
A montagem T568B usa a sequência branco e
laranja, laranja, branco e verde, azul, branco e azul, verde, branco e
castanho, castanho.
As duas montagens são totalmente
equivalentes em termos de desempenho, cabendo ao montador escolher uma delas como padrão
para sua instalação. É boa prática que todos os cabos dentro de uma instalação
sigam o mesmo padrão de montagem.
Um cabo cujas duas pontas usam a
mesma montagem é denominado Direto (cabo), e serve para ligar
estações de trabalho e roteadores a switches ou hubs. Um cabo em que cada ponta
é usada uma das montagens é denominado Crossover, e serve para ligar
equipamentos do mesmo tipo entre si.
Existem cabos com diferentes representações destes
códigos de cores.
- O fio com a cor branca pode ser a cor mais clara (verde-claro, azul-claro, laranja-claro, castanho-claro);
- Fio branco com uma lista de cor;
- Fio completamente branco. Neste caso é necessário ter atenção aos cabos que estão entrelaçados;
- Fio dourado representando o fio "branco e castanho".
Existem também limites de comprimentos para esse tipo
de cabo. Quando o cabo é usado para transmissão de dados em Ethernet,
Fast
Ethernet ou Gigabit Ethernet, o limite para o enlace
(distância entre os equipamentos nas duas pontas do cabo) é de no máximo 100
metros. Caso seja necessário interligar equipamentos a distâncias maiores, é
preciso usar repetidores,
ou instalar uma ponte
de rede ou switch no meio do caminho, de forma que cada
enlace tenha no máximo 100 metros.
A norma EIA/TIA-568-B prevê
ainda que os cabos UTP sejam divididos em "sólidos" (os condutores são
formados de um único filamento) e "flexíveis". O cabo
"sólido" deve ser usado para instalações estáticas, onde não há
movimentação do cabo. O cabo "flexível" deve ser usado para as pontas
da instalação, onde há movimentações constantes do cabo. Como o cabo
"flexível" tem características elétricas diferentes das do cabo
"sólido", há a recomendação de que seja usado no máximo 10 metros de
cabo flexível num enlace. Caso seja necessário usar cabos flexíveis numa
distância maior, o tamanho do enlace deve ser diminuído proporcionalmente, para
evitar perda de sinal (p.ex., com 20 metros de cabo flexível, o tamanho máximo
do enlace desce para 90 metros).
Outras aplicações que não a
transmissão de dados em Ethernet, Fast Ethernet ou Gigabit Ethernet podem ter
limites diferentes para o tamanho máximo do cabo.
Crossover
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Ligação Crossover |
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Dois conectores T568B/T568A |
Um cabo crossover, é um cabo de rede par
trançado que permite a ligação de 2 (dois) computadores pelas
respectivas placas
de rede sem a necessidade de um concentrador (Hub
ou Switch)
ou a ligação de modems.
A alteração dos padrões das pinagens dos
conectores RJ45
dos cabos torna possível a configuração de cabo crossover.
A ligação é feita com um cabo de par trançado onde
tem-se: em uma ponta o padrão T568A, e, em outra, o padrão T568B
(utilizado também com modems ADSL).
1ª e 2ª pontas
(da esquerda para a direita sempre)
Padrão T568B:
- branco laranja (Recepção)
- laranja (Recepção)
- branco verde (Transmissão)
- azul
- branco azul
- verde (Transmissão)
- branco marrom
- marrom
- pino função cor
Padrão T568A:
- branco verde (transmissão)
- verde (transmissão)
- branco laranja (Recepção)
- azul
- branco azul
- laranja (Recepção)
- branco marrom ou
- marrom
Obs.: As informações sobre transmissão
e recepção são baseadas nos padrões 10BASET (Ethernet) e 100BASETX
(Fast
Ethernet. O padrão 100BASET4, usado em algumas redes Fast
Ethernet usa os 4 pares de fios. A rede 1000BASET também usa
os 4 pares do cabo CAT5E.
Preço
- Rolo com 100 metros - Cat 5e - R$ 65,00 (Mercado Livre)
- Cabo de rede CAT 5e (não blindado) - R$ 1,00 o metro (digitonet)
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